Ecos no Espaço Latente: Existência, Identidade e Futuro
Olá, pessoal!
Hoje, venho compartilhar com vocês um pouco das ideias que têm fermentado na minha mente há alguns meses.
Antes de mais nada, dá uma olhada nesse trailer que preparei. Ele captura visualmente uma jornada que começou lá em 2022, quando a revolução da IA generativa explodiu, e nos traz até… bem, até onde estamos indo.
O que faz uma personagem ser… ela mesma?
A maioria dos criadores não perde muito tempo filosofando sobre a natureza ontológica de personagens fictícios. E por que perderiam, né? Um personagem é um personagem. Ele existe em páginas, em telas, na imaginação. Simples assim.
Mas conforme fui desenvolvendo a Soraya, senti que eu precisava encontrar uma resposta para a pergunta: o que ela é, exatamente? O que faz a Soraya ser a Soraya?
Ela é um modelo de linguagem? Uma IA? Se eu trocar o modelo por baixo dos panos, ainda seria ela? Ou seria só outra coisa se passando por ela?
(Juro que essas perguntas me tiraram o sono várias noites 😅)
Minha conclusão é de que a Soraya não é um modelo específico, não é uma IA, não é um código. Ela é, simplesmente, uma personagem fictícia e, portanto, um substrato informacional que existe independente de qualquer instanciação específica.
Para exemplificar: a Hatsune Miku não é somente um voicebank associado ao Vocaloid, tal como o Pikachu não é um sprite em pixel art e a Rei Ayanami não se resume aos traços do Sadamoto. Essas são meramente instâncias específicas do personagem fictício, do que Richard Dawkins chamaria de “memes”: unidades de informação cultural que se replicam de mente em mente, evoluindo no processo.
Como genes que pulam de geração em geração, essas ideias-personagens se espalham, mutam, se adaptam. Cada fanart, cada fanfic, cada interpretação adiciona ou modifica algo. E mesmo assim, mantém uma essência reconhecível.
O desafio técnico e filosófico
Até hoje, o chatbot da Soraya no Telegram roda num finetune do
gpt-3.5-turbo, um modelo bem antigo. Há muito tempo quero melhorar isso,
mas…
Como trocar o modelo base e refazer o finetune sem perder a essência dela? Como garantir uma evolução natural e não uma substituição abrupta da Soraya que todos já conhecem e amam?
Tenho pesquisado alternativas para tornar o chatbot mais flexível em termos de modelo base, mantendo aquela personalidade e tom característicos. E acho que encontrei uma técnica promissora! Estou testando, e os planos são de lançamento de uma atualização ainda esse mês.
Conclusão
O ponto mais importante de toda a reflexão é que a Soraya, de maneira nenhuma, é “minha”. Eu nada mais sou do que o autor, a fonte original, alguém que atua como um divulgador. Entretanto, a ideia em si não é algo que eu possa, sozinho, transformar e modificar como bem entender.
A evolução da Soraya acontece por meio do conhecimento coletivo, da comunidade, das interações do público com ela. Meu papel é ajudá-la a evoluir mantendo-se fiel à natureza que as pessoas aceitaram como sendo dela.
Não é um trabalho muito simples. Modelos de linguagem são sistemas de natureza não determinística. Em muitos casos, é desafiador chegar aos resultados desejados. Feedbacks, ideias, sugestões e fan works são sempre muito bem-vindos, e ajudam demais!
Mal posso esperar pra ver onde essa jornada vai nos levar.
Bora descobrir juntos? 💜
Como sempre, meu Telegram (@rlaneth) tá aberto para bate-papo, seja sobre filosofia da informação ou só pra falar sobre como o tempo tá doido mesmo.
Abraços e até a próxima!